quinta-feira, 20 de abril de 2017

INTRUDER CHARGER

Já que a Suzuki desistiu de continuar a fabricação da Intruder e torná-la uma moto melhor, ocorreu-me uma ideia que remonta meus tempos de adolescente: e se a Intruder se tornasse uma versão de duas rodas de um Dodge Charger?

Desde muito jovem, sou apaixonado pelas linhas e potência desse modelo que Chrysler/Dodge fabricou em vários países, inclusive o Brasil, entre 1966-1981.

O Dodge Charger, ou no Brasil também conhecido como Dodge Dart, Charger LS, ou Charger RT, foi produzido no Brasil, a partir de 1966, produzido. Ele pertencia à categoria dos ‘Muscle Cars’ (carros musculosos), devido ao seu aspecto robusto e potência incomum em seus motores de 8 cilindros dispostos em ‘V’ (popularmente “V8”)  de alta capacidade: o que equipou a versão 440 Magnum, por exemplo, tinha um total de incríveis 7.200 cilindradas. O Charger Daytona 1969, por exemplo, poderia chegar a fabulosos 320km/h.

Dodge RT: O modelo mais comum nas ruas Brasileiras na década de 70 (Imagem: carrosantigos.org).

Dodge Daytona Coupe 1969 (EUA): 320 km/h (3rdtuning.com).

Até o ano de 1981, quando foi tirado de linha, o Dodge Charger teve vários modelos, motores e acessórios. Embora ainda seja fabricado com um design atualizado, a exemplo do Mustang, Camaro e outros carros da categoria, o velho Charger ainda é famoso e cobiçado pelas suas centenas de cavalos, linhas robustas e estáveis, e para a tunagem – a geração moderna foi apresentada ao poderoso Charger com o filme ‘Velozes e Furiosos’, onde aparece equipado com um turbocompressor projetado acima do capô combinado com nitro pilotado pelo ator Vin Diesel. 

Charger 1969 turbinado: 1000 hp de potência (arccla.us)

Feitas as apresentações, finalmente o que realmente interessa - a Intruder Charger 250:

Design 'coupê', cor preta marcante, banco de vinil, faróis dianteiros quadrados e pneu traseiro extralargo para um potente motor 250cc. O carburador possui filtro 'panela' exposto, cobrindo os dois carburadores do motor em linha, dando mais robustez à moto.

Decidi acrescentar um motor 250cc com dupla carburação para tornar a moto potente sem ultrapassar a faixa das baixas cilindradas, ao mesmo tempo em que faz a moto representar o clássico imbatível de quatro rodas que faz sucesso até hoje - e faria também sem dúvidas no mundo das duas rodas.

quarta-feira, 12 de abril de 2017

SOBRE O FIM DA INTRUDER 125

É um assunto que a maioria dos bikers já sabe, a última Intruder saiu das linhas de montagens da Suzuki em 2016.

Iniciada em 2002, a moto passou por várias modificações em seus 14 anos: teve uma ‘irmã’ idêntica de 250cc, de roda raiada passou a roda de liga leve, utilizou três tipos de carburador , duas transmissões e três potências distintas em seu motor, sem alterar, contudo, o que sempre se fazia necessário: alterar suas linhas de uma custom de pequeno porte tosca.

Mas o ‘pior’ não é o fim da fabricação da Intruder, e sim a sua substituta. Numa parceira jointventure entre a Suzuki a montadora chinesa Haojue, ambas estão lançando no Brasil este mês a Haojue HJ 150-11, que aqui será conhecida como “Chopper Road 150”, a nova pequena custom da Suzuki.

A Haojue "Chopper Road 150": Como a Intruder 125, uma custom discutível. (Imagem: www2.novasuzuki.com.br)

Eu tinha a convicção de que a Suzuki não sabia desenhar uma custom digna do nome (como a Dafra, Kasinsky e outras fizeram). Para dizer a verdade, a Intruder sempre foi para mim a opção de quem não troca o design custom por nada, mesmo uma custom mal desenhada. Mas finalmente, com a chance de se redimir com a descontinuação da Intruder, a Suzuki conseguiu piorar definitivamente o conceito, deixando no país a lacuna de uma custom de baixa cilindrada digna.

A Chopper 150 possui basicamente as mesmas linhas da Intruder, com o detalhe da falta das peças cromadas, um ‘matacachorro’ que serviria como quebramato numa Dodge Ram, e o discutível bagageiro ‘cargo’. Em termos de mecânica, bastou-me saber que suas 150cc geram meros 11,27cv (As Intruders atuais possuem 11cv). Ah, e o golpe de misericórdia: um tanque de apenas 9 litros.

Muitos podem se perguntar porque então eu tenho uma Intruder, já que ela é cheia de defeitos. De fato, mas melhor do que reparar nas falhas, é ver além delas – eu vi na Intruder potencial para ter uma custom chopper de verdade, foi o que fiz.

A minha Intruder: após as devidas mudanças, uma custom chopper de verdade.

Mas a Chopper Road 150, é uma custom pouco convincente, e de chopper não tem nada. O que eu não consigo entender é por que a Suzuki não fabrica aqui a Intruder VL  125LC, disponível no mercado europeu. A moto não só é uma custom com linhas perfeitas, como possui motor em ‘V’ mesmo com baixa cilindrada.

Intruder VL 125LC - A Suzuki conhece bem o conceito custom em baixas cilindradas. Mas tal satisfação está apenas no mercado europeu. (Imagem: www.pequenasnotaveis.net)


Talvez o dinheiro explique tudo, como sempre. Custando cerca de R$ 6.000,00, a sucessora da Intruder certamente virá para ser uma moto popular, com baixo custo de produção. Nesse caso, palavras como ‘custom’ e ‘chopper’ são meras propagandas – para o gosto popular.