Motor a explosão – esse
dispositivo que movimenta nossas motos seria apenas uma carcaça de alumínio oca
se não fosse a presença de uma faísca para detonar o combustível e gerar a
força motriz.
Com efeito, a explosão, ou
ignição, da mistura comprimida no motor é o espírito da motocicleta. Sem o
elemento ‘fogo’, talvez nossas motos fossem movidas a água ou hidrogênio, mas
nunca o que estamos acostumados há mais de 100 anos.
Por isso, em minhas motos eu sempre
primei pela excelência da vela de ignição, para produzir uma queima perfeita.
Durante muito tempo, colhi os benefícios da famosa vela Iridium (NGK CR8EAIX-9
para a Horizon 150), mas sua centelha ainda não foi suficiente para a
eficiência que eu buscava – ainda havia restos de mistura não queimada (carbonização).
Minha Horizon Chopper 'Darth Vader'.
Testei também a opção de o resistor
de uma vela comum por um fio de cobre um dos metais com maior condutibilidade.
Também não me deu o que eu esperava de eficiência. Tentei também Vela Denso Iridium U-Groove, a ‘Cachimbina’
(que queimou na primeira partida), tudo com a promessa de dar uma centelha
acima da média, mas em vão.
Foi então que conheci a vela Pulstar, de uma empresa norteamericana
que introduziu um novo conceito nas velas de ignição. Ao inventarem um
capacitor mais eficiente em parceria com o Departamento de Energia do governo norteamericano,
eles elevaram o padrão das vela a outro patamar (no Youtube podem ser
encontrados vídeos comparando a centelha de uma vela Pulstar com a de uma vela
Iridium, p.e., como a foto abaixo.
Vela Iridium x Vela Pulstar (embaixo)
Um capacitor especialmente projetado garante uma centelha maior dos que as demais velas.
Como ainda não há revenda na América
Latina, eu tive que superar duas etapas para comprar a vela: o primeiro,
identificar o modelo compatível com a Horizon 150 (o mecanismo de busca do site
não encontrava equivalência com o código NGK da Horizon), então procurei pela
identificação do motor da moto (Zongshen ZS 150-58), e a partir daí os
vendedores norteamericanos puderam identificar a vela correta Pulstar: ‘SE2T’.
A vela Pulstar SE2T.
O segundo passo foi comprar a
vela lá nos EUA e trazê-la para cá. Paguei através de um Invoice de pagamento via e-mail (cartão de crédito) no valor
equivalente a 153,61 Reais por duas velas (eles vendem aos pares)e 132,34 do
frete. Finalmente, tive que arcar com despesas aduaneiras, mais 186,57 Reais
relativos a Imposto de Importação e serviços postais.
A vela chegou em cerca de 2
semanas, e todo esse dinheiro gasto não demorou se mostrar bem empregado: uma
vez no motor, a moto apresentou uma marcha lenta mais linear, suave; o
acelerador ficou mais ‘cheio’, fazendo com que as marchas respondessem melhor
com mais força e rapidez; e nas altas rotações, alcance das velocidades finais
mais fácil e rapidamente. Até o ‘ronco do motor’ ficou mais forte, mais grave.
A vela vem acondicionada num estojo com duas unidades.
Diferenças estruturais entre as velas Pulstar/ vela convencional.
Rodei um tempo e saquei a vela –
há quem diga que a vela Iridium não guarda sinais de queima, o que é mito (a
não ser que mistura esteja pobre), mas a vela Pulstar chegou bem perto disso.
As fotos abaixo dizem por si só – a vela Iridium que eu usava até então, e a
vela Pulstar que a substituiu.
Poder de queima: acima, Iridium, abaixo Pulstar.
Como eu disse no começo, a
centelha da vela é a chave para o funcionamento e desempenho máximo da moto.
Quando se é capaz de queimar cada molécula de mistura, o motor revela seu
potencial. E é isso que a vela Pulstar faz através de seu capacitor especial,
que descarrega um pulso massivo de 5 Megawatts na mistura, separando as cargas
dos átomos tornando-as altamente reativas, formando o chamado ‘plasma’ (para quem
já assistiu o filme ‘Círculo de Fogo’, o canhão de plasma dos punhos do jaeger ‘Gipsy Danger’ funciona de forma
parecida – uma concentração lenta de eletricidade em capacitores formando uma
nuvem (plasma) de prótons e elétrons que quando se colidem lançam uma grande
quantidade de energia na forma de pulso elétrico, ou centelha).
Acima: arranjo de átomos de uma mistura durante o processo de queima/ Abaixo: a fragmentação de prótons e elétrons durante a queima de uma vela Pulstar.
O robô tripulado heroi do filme 'Círculo de Fogo' e seu canhão de plasma: tecnologia semelhante à das velas Pulstar.
Consequentemente, o motor tem uma
resposta mais rápida com a queima total e instantânea da mistura, alcançando
seu desempenho máximo e equilibrando todo seu funcionamento.
Pode ser questionável o preço
pago pelas velas (que não são exatamente caras – o problema é o frete, os
tributos e taxas), mas os benefícios em termos de desempenho, economia, e
durabilidade (a Pulstar dura tanto quanto uma Iridium), com o tempo, acabam por
trazer um bom balanço, sem contar que estamos falando da compra de duas velas,
trazendo a vantagem de já ter outra vela para futura substituição.
Eu não escrevi para induzir
ninguém a pagar tudo o que paguei por um par de velas Pulstar, mas uma coisa eu
tenho certeza: a minha moto está equipada com a melhor vela de ignição
conhecida.