segunda-feira, 22 de abril de 2019

VELA PULSTAR: A REVOLUÇÃO DO MOTOR A COMBUSTÃO


Motor a explosão – esse dispositivo que movimenta nossas motos seria apenas uma carcaça de alumínio oca se não fosse a presença de uma faísca para detonar o combustível e gerar a força motriz.

Com efeito, a explosão, ou ignição, da mistura comprimida no motor é o espírito da motocicleta. Sem o elemento ‘fogo’, talvez nossas motos fossem movidas a água ou hidrogênio, mas nunca o que estamos acostumados há mais de 100 anos.
Por isso, em minhas motos eu sempre primei pela excelência da vela de ignição, para produzir uma queima perfeita. Durante muito tempo, colhi os benefícios da famosa vela Iridium (NGK CR8EAIX-9 para a Horizon 150), mas sua centelha ainda não foi suficiente para a eficiência que eu buscava – ainda havia restos de mistura não queimada (carbonização).

Minha Horizon Chopper 'Darth Vader'.

Testei também a opção de o resistor de uma vela comum por um fio de cobre um dos metais com maior condutibilidade. Também não me deu o que eu esperava de eficiência. Tentei também Vela Denso Iridium U-Groove, a ‘Cachimbina’ (que queimou na primeira partida), tudo com a promessa de dar uma centelha acima da média, mas em vão.
Foi então que conheci a vela Pulstar, de uma empresa norteamericana que introduziu um novo conceito nas velas de ignição. Ao inventarem um capacitor mais eficiente em parceria com o Departamento de Energia do governo norteamericano, eles elevaram o padrão das vela a outro patamar (no Youtube podem ser encontrados vídeos comparando a centelha de uma vela Pulstar com a de uma vela Iridium, p.e., como a foto abaixo.

Vela Iridium x Vela Pulstar (embaixo)

Um capacitor especialmente projetado garante uma centelha maior dos que as demais velas.

Como ainda não há revenda na América Latina, eu tive que superar duas etapas para comprar a vela: o primeiro, identificar o modelo compatível com a Horizon 150 (o mecanismo de busca do site não encontrava equivalência com o código NGK da Horizon), então procurei pela identificação do motor da moto (Zongshen ZS 150-58), e a partir daí os vendedores norteamericanos puderam identificar a vela correta Pulstar: ‘SE2T’.

A vela Pulstar SE2T.

O segundo passo foi comprar a vela lá nos EUA e trazê-la para cá. Paguei através de um Invoice de pagamento via e-mail (cartão de crédito) no valor equivalente a 153,61 Reais por duas velas (eles vendem aos pares)e 132,34 do frete. Finalmente, tive que arcar com despesas aduaneiras, mais 186,57 Reais relativos a Imposto de Importação e serviços postais.

A vela chegou em cerca de 2 semanas, e todo esse dinheiro gasto não demorou se mostrar bem empregado: uma vez no motor, a moto apresentou uma marcha lenta mais linear, suave; o acelerador ficou mais ‘cheio’, fazendo com que as marchas respondessem melhor com mais força e rapidez; e nas altas rotações, alcance das velocidades finais mais fácil e rapidamente. Até o ‘ronco do motor’ ficou mais forte, mais grave.

A vela vem acondicionada num estojo com duas unidades.

Diferenças estruturais entre as velas Pulstar/ vela convencional.

Rodei um tempo e saquei a vela – há quem diga que a vela Iridium não guarda sinais de queima, o que é mito (a não ser que mistura esteja pobre), mas a vela Pulstar chegou bem perto disso. As fotos abaixo dizem por si só – a vela Iridium que eu usava até então, e a vela Pulstar que a substituiu.


Poder de queima: acima, Iridium, abaixo Pulstar.

Como eu disse no começo, a centelha da vela é a chave para o funcionamento e desempenho máximo da moto. Quando se é capaz de queimar cada molécula de mistura, o motor revela seu potencial. E é isso que a vela Pulstar faz através de seu capacitor especial, que descarrega um pulso massivo de 5 Megawatts na mistura, separando as cargas dos átomos tornando-as altamente reativas, formando o chamado ‘plasma’ (para quem já assistiu o filme ‘Círculo de Fogo’, o canhão de plasma dos punhos do jaeger ‘Gipsy Danger’ funciona de forma parecida – uma concentração lenta de eletricidade em capacitores formando uma nuvem (plasma) de prótons e elétrons que quando se colidem lançam uma grande quantidade de energia na forma de pulso elétrico, ou centelha).

Acima: arranjo de átomos de uma mistura durante o processo de queima/ Abaixo: a fragmentação de prótons e elétrons durante a queima de uma vela Pulstar.

O robô tripulado heroi do filme 'Círculo de Fogo' e seu canhão de plasma: tecnologia semelhante à das velas Pulstar.

Consequentemente, o motor tem uma resposta mais rápida com a queima total e instantânea da mistura, alcançando seu desempenho máximo e equilibrando todo seu funcionamento.

Pode ser questionável o preço pago pelas velas (que não são exatamente caras – o problema é o frete, os tributos e taxas), mas os benefícios em termos de desempenho, economia, e durabilidade (a Pulstar dura tanto quanto uma Iridium), com o tempo, acabam por trazer um bom balanço, sem contar que estamos falando da compra de duas velas, trazendo a vantagem de já ter outra vela para futura substituição.

Eu não escrevi para induzir ninguém a pagar tudo o que paguei por um par de velas Pulstar, mas uma coisa eu tenho certeza: a minha moto está equipada com a melhor vela de ignição conhecida.

domingo, 14 de abril de 2019

CDI sem Limitador de giro compatível com a Horizon 150, alguém conhece?

Hoje, após um tempo sem novos posts, devido a urgências em série, venho escrever não para comentar, mas para perguntar:

Alguém sabe de algum CDI que seja compatível com a Horizon 150 (que não seja o Multiscan e similares digitais), ou sabe como desconectar o fio ou algo parecido do limitador da custom da Dafra?

De arrancada, muita gente vai pensar e escrever: "você vai acabar com seu motor, "limitador de giro é para isso", "A árvore de comando vai girar mais depressa que as válvulas e vai bater pino", é por aí vai.

Após ter comprado a minha Horizon, precisei fazer poucas modificações para levar seu desempenho ao limite - ou melhor, quase. Havia um Limitador de giro no caminho.

Basicamente, troquei a agulha pela da Yes 125 com a trava na primeira posição (a da intruder também serve), e pus uma vela Pulstar SE2T (é uma vela de 'plasma', com centelha superior à da vela Iridium, só se consegue importando dos EUA, onde o seu capacitor foi projetado e onde fica a fábrica da vela). Mas a vela Iridium já é o suficiente.

Isso garantiu que a moto atingisse 120 km/h naturalmente em relevos regulares e 130 km/h em descidas (não precisa ser muito inclinadas). É aqui onde está o problema do CDI com limitador.

Já nos 125km/h, quando a moto está desenvolvendo bem e sem esforço, o limitador atua e a moto leva um tranco. Ele libera o pulso de novo, a moto acelera, tranco de novo.

Francamente, se o motor insiste em avançar nessa velocidade, é porque ele pode. É diferente quando a moto falha por flutuação de válvulas, quer dizer, ela está mostrando seus limites mecânicos, não os impostos por artifícios elétricos.

Se a moto não é para passar dos 120, para que então colocar 140 no velocímetro? Propaganda enganosa, venda de produto que não cumpre o que promete? Está tudo no CDC (Código de Defesa do Consumidor, não CDI).

Eu lembro da Intruder 125 que inspirou esse blog, eu colava o ponteiro nos 120km/h, nunca tive problema nas válvulas ou no miolo do motor em si, apenas houve a queima da junta do cabeçote certa vez, o que afetou a marcha lenta, e só. Mas no caso da Horizon, eu não quero bater os 140 (apesar dela já ter marcado quando peguei o vácuo de um bitrem, e não ter problemas com as válvulas). Eu quero chegar nos 130, que é sua velocidade habitual nas descidas das estradas, sem aqueles malditos trancos que podem até levar a um acidente.

Se alguém me der uma resposta que dê certo, eu prometo tirar as fotos da minha Horizon 'chopper' e falar mais da vela Pulstar.