quinta-feira, 31 de agosto de 2017

MOTO ELÉTRICA: POR QUE NÃO?

A proposta deste blog sempre será o motociclismo, especialmente através da Intruder 125. Mas como os leitores têm percebido, vez por outra utilizo do espaço para divulgar algumas ideias e invenções que não estão exata e diretamente vinculadas a motos.

Mas se pensarmos bem, como falar de mecânica sem se lembrar de uma parte ou outra de uma moto?


Pois bem. No post 'Custom Elétrica', discorri sobre esse novo conceito que já está avançando no mercado, e cheguei a esboçar um protótipo modelo elétrico custom, bem como um desenho de um propulsor superpotente.


Francamente, eu tenho esperança nesse conceito. Não que eu esteja dando as costas para a velha e saudosa escola do motor a explosão carburado, mas é exatamente por amor a ele - a geração atual de motos, com sistemas de alimentação injetada monitorada por componentes cada vez mais informatizados estão tirando dos motociclistas o maior prazer se ter uma moto: o de poder entender o suficiente para 'mexer' na sua própria moto. As moto high-tecs atuais exige um know-how que está confinado à oficinas mecânicas especializadas e concessionárias.


E há ainda um detalhe: peças eletrônicas/digitais em si são delicadas e frágeis, então some-se isso às várias partes móveis e peculiaridades do motor a combustão - a taxa de confiabilidade em veículos assim fica a desejar (pelo menos, é o que as evidências mostram à minha razão).


Já que a evolução é inevitável, que ela chegue então rápido e num conceito mais simples e eficaz. Uma motocicleta elétrica possui um funcionamento não muito mais complexo do que uma bateria de celular e um alternador de automóvel, além do que é movida por uma energia que é mais abundante e pode ser mais barata do que o etanol e o petróleo. De resto, é muito mais fácil ter níveis de potência maiores a custos baixos, e com o mínimo necessário de peças móveis e alta confiabilidade.

É aqui onde entra minha nova invenção, ou talvez fosse melhor, ideia:

Atualmente, academias de ginástica estão se tornando parte inevitável da rotina das pessoas em todo o mundo, seja por questões estética, seja pela saúde - De qualquer modo, são verdadeiras usinas de movimento. 

De acordo com os cálculos do site “Wikihow”, um rápido segundo de atividade física humana gera 256 Watts de potência. Quer dizer, o esforço físico de uma pessoa durante 1 segundo gera uma força mecânica (cinética), que em geral é perdida após o trabalho dos músculos. Seguindo essa lógica, vamos considerar 1 hora de sessão na academia, então teremos 921.600 Watts de energia produzida por apenas uma pessoa. Imaginemos então 10 pessoas na mesma condição, e o número salta pra 9.216.000 Watts.

A unidade de potência ‘Watts’ é utilizada em geral no meio elétrico, e que pode levar à indagação: seria possível converter os Watts gerados nas máquinas de academia em energia elétrica?

Sim, através de uma peça semelhante a outra que é familiar aos motociclistas: o volante magneto, que nos carros é o alternador, e cientificamente é conhecida como 'induzido'. Esse dispositivo basicamente faz eletroímãs girar dentro de um campo magnético para gerar eletricidade.

O Induzido e suas variações: volante-magneto, alternador, 'motorzinhos', etc. (Imagem: Wikimedia Commons).

As espiras de um volante magneto de motocicleta: sua função é transformar a força motriz em eletridade.

Assim, imaginem um desses geradores de energia especialmente projetado e acoplado a um dos aparelhos de academia abaixo:
Esteira. (Imagem: Pinterest).

Em cada aparelho, um gerador seria ligado à polia de cada um dos aparelhos, transformando as rotações da polia em eletricidade, como faz o volante magneto. (Imagem: Formato Fitness).

Se 10 academias com pelo menos 10 matriculados operassem ininterruptamente esses aparelhos por 10 horas, e considerando que uma casa média consome cerca de 8.000 Watts, teoricamente, a energia gerada daria para alimentar uma cidade por uma hora.

As prefeituras e demais governanças poderiam oferecer isenções e benefícios para as academias geradoras de energias, enquanto que os usuários das mesmas poderiam receber bônus na forma de descontos, brindes e outras compensações por estarem, ainda que indiretamente, contribuindo para uma geração de energia limpa (e quem sabe participar de um sorteio para ganhar uma moto elétrica).

Harley-Davidson Live Wire (imagem:G1.globo.com): a primeira moto elétrica da marca norteamericana. Como foi demonstrado, existem meios de se produzir eletricidade o suficiente para uma revolução no mundo de duas rodas.

Com tal facilidade e abundância de energia, finalmente teríamos um cenário favorável para que modelos de motos elétricas começassem a ser oferecidas - finalmente, teríamos motos com energia barata e limpa, potentes, confiáveis, e segundo o gosto de cada um.


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