sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

INTRUDER 13 CV: O DESAFIO

Tive que fazer uma viagem até a capital do Estado, Goiânia, partindo da cidade de Rio Verde-GO.

Logicamente, vi na jornada a chance de saber se o meu trabalho em tornar a moto uma estradeira de verdade teve êxito.

Oficialmente, a distância entre as duas cidades é de 220 km/h, mas registrei a distância de 238 km/h, considerando os traslados até a rodovia propriamente dita.

Uma vez na pista, a moto demonstrou os resultados que já exibi nos testes, quer dizer, viagem a maior parte do tempo em 5ª marcha, em velocidades acima de 100 km/h com a máxima de 120 km/h, reduzindo para a 4ª marcha cerca meia dúzia de vezes, e fiz duas paradas para abastecimento e uma para refeição na viagem toda.

Quanto ao consumo, gastei cerca de 18L no trajeto de ida e volta, os quais juntamente com o dado da distância total percorrida (476km), nos levam ao resultado do consumo de 26,44 km/L da moto na rodovia.

Intruder 13 cv turbo - o desafio de uma longa viagem.

Mas dois fatos foram dignos de nota nesse desafio, que mostram de fato que ela foi testada nos seus limites.

Por aqui esta época do ano é de chuvas constantes, e após partir rumo a Rio Verde simplesmente me deparei com cerca de 100km de chuva constantes, nas primeiras dezenas de percurso bem intensa.

Chuva em Goiânia e além - No fundo, monumento ícone da cidade na praça Latif Sebba.

Temi pela reação do sistema turbo, que certamente estava aspirando água, mas isso não foi impedimento para a moto manter seu desempenho, salvo no terço final da viagem de volta: a caixa de ar, verficada assim que cheguei em casa, estava ensopada, e certamente alguma água escapou para o motor, explicando a queda sensível de desempenho a moto para 100-110 km/h até o final.

A caixa de ar e seu dreno estavam repletos de água.

Outro fato foi que a moto subitamente apresentou um desempenho descomunal quando deixei Goiânia, atingindo 120 km/h e ‘pedindo marcha’ cortando giro mesmo em trechos de pista plana.

Uma explicação possível para este ‘up’, pode ser explicado pela qualidade da gasolina dos postos de gasolina da cidade em sua média, devido à presença de um Centro Logístico de Abastecimento na cidade vicinal de Senador Canedo, quer dizer, é como se a gasolina fosse fornecida direta da Petrobrás em sua ‘pureza’.

O mesmo pode ser considerado na queda de desempenho no trecho final da cidade, após abastecer num posto no meio do nada. Quanto a isso, o que me resta a fazer, é viajar sem chuva e com a gasolina de procedência para conhecer o real motivo desse pico de desempenho.

De resto, sujeira à parte, a moto não apresentou nenhuma disfunção, salvo as manutenções de praxe: lubrificação e ajuste da corrente, troca de óleo, substituição de um pisca queimado, etc.

Quanto a este último, vale fazer uma correlação com o consumo da moto.

Como eu já mostrei, minha moto é uma chopper soft tail ('rabo mole'), o que quer dizer que sua suspensão traseira é reduzida, deixando a rabeta bem próxima do chão. E já mencionei também que o asfalto da minha cidade é uma vergonha. O resultado disso são danos constantes na rabeta, a menos que eu reduza a calibragem dos pneus para suavizar os choques dos buracos e ressaltos. A própria queima do pista acima e decorrência desse detalhe.

Portanto, eu viagem com uma calibragem muito aquém da que exige o manual da moto: para apenas o piloto é 25psi/diant. – 29psi/tras. Contudo, fiz a viagem com apenas 22psi/tras e 20psi/diant.

Segundo matéria do portal G1 Globo, uma calibragem não adequada pode reduzir em até 20% o consumo do veículo.

Assim, é justo acrescentarmos esse percentual no consumo da moto da pista, se estivesse com a calibragem correta:

26,44L x 20%= 31,72L

Na cidade, anteriormente aferimos o consumo de 31,06, porém com os pneus descalibrados. Assim, atualizamos o valor acrescentando os 20%:

31,06 x 0,20= 37,27 km/L

E, finalmente, qual a velocidade média da viagem?

Considerando a mínima (90km/h) e a máxima (120km/h) desenvolvidas, obtemos a média:
= 105 km/h

Com este dado, chegamos ao tempo gasto na viagem total através da fórmula clássica V= E/t
= 105=476/t= 4,53horas, ou 4h03min.

Contudo, na prática, fiz o percurso Rio Verde - Goiânia (476km) em 03h:30min.

Gasolina e água se uniram para mostrar que o turbo finamente se revelou capaz de dar à intruder 125 um título de estradeira ferrenha. Agraciado com a experiência de atravessar 100 km/h de chuva com todos os desafios extras de uma pista com pneus maus calibrados, não tenho mais receio de dizer: Minha intruder não fica devendo nada nem a uma Harley-Davidson.

A minha Intruder 'Panzerkampfwagen' ao lado de uma Harley-Davidson: Compre pronto ou faça em casa, o resto é 'exibição de músculo'.


Comprar uma moto potente é fácil, eu poderia comprar uma amanhã à vista. Mas nada paga a experiência de ‘meter a mão na graxa’ e transformar uma moto em algo que ninguém jamais viu.

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