Sistemas como ‘blowers’, SRADS, e compressores de ar de um
modo geral, os ‘turbos’ existem exatamente para trabalhar o lado da equação
onde temos maior liberdade de ação, ou seja, aumentar a quantidade de ar na
mistura, que por si só é responsável pelo sucesso da combustão do motor, já que
está na proporção de 14:1 na queima.
É então que vem a importância de um sistema de escape condizente aos gases gerados por um moto superalimentado.
ESCAPAMENTO
X SUPERALIMENTAÇÃO
No caso da superalimentação,
como há um ingresso maior de mistura na câmara de combustão, segundo as leis da
Mecânica, torna-se necessário um escapamento preparado para dar vazão ao volume
maior de gases gerado na combustão. É aí que entram os escapamentos esportivos,
os quais, desde que na medida certa, farão com que a superalimentação tenha seu
efeito perfeitamente aproveitado.
Escapamento esportivo: ele pode aumentar ou diminuir o desempenho.
Uma superalimentação num motor
com escapamento deficiente pode não ser capaz de exaurir totalmente os gases quando
da abertura da válvula de exaustão, tendo como resultado o ‘sufocamento’ do
motor através de uma câmara com resquícios de gases da queima.
Por outro lado, se o
escapamento fizer com que os gases sejam expelidos mais rapidamente do que
sincronismo da válvula, a câmara perderá compressão, o que por sua vez
prejudicará a combustão e daí o desempenho.
Haja vista que instalei um sistema
de superalimentação na minha moto, instalei um escapamento ‘esportivo’ com
apenas um abafador (o original possui 3), com catalisador (alguns modelos não possuem nem um nem outro). O meu objetivo era saber se a
superalimentação estava reclamando uma exaustão à altura, obtendo assim mais
acréscimo de desempenho.
A impressão inicial do novo
escapamento foi o barulho – afinal, há só um abafador – segundo o vendedor, o
nível de ruído está dentro da legislação (85Db), mas ainda assim me pareceu
desagradável.
Em seguida, fui para a estrada
– a “prova de fogo”. O pior estava por vir.
O que eu esperava não se
confirmou: o escapamento não contribuiu para o desempenho. Vejam os resultados
em 5ª marcha:
-
Subidas – 80-85km/h – 8.000rpm
-Plano-semiplano
– 100km/h – 8.500rpm
-
Descida – 110 km/h – 10.000 rpm
Comparando com os resultados
sem o escapamento, é notável a queda de desempenho. Eu nem precisei fazer a
equação simples de potência (kg x 9,81 x
m/t(s)) – com o turbo e o escapamento original, consegui percorrer mil
metros em 50 segundos, enquanto com o esportivo eu o fiz em 52 segundos (a moto
original fazia 53s).
O consumo também aumentou,
certamente em decorrência do aumento de giros provocado por um volume maior de
combustão sob pressão menor da câmara. Embora não tenha havido variação
positiva de desempenho, em cerca de 15 km, a moto consumiu cerca de ½ tanque de
combustível.
Nem sempre o escapamento esportivo é sinônimo de mais desempenho.
Quer dizer, o escapamento
original, mesmo com seus mecanismos de supressão (catalisador, 3 abafadores),
se adaptou bem ao turbo, mantendo a pressão devida.
O escapamento esportivo pode
até ser útil, mas não no meu caso. Tudo indica que ele deu uma vazão maior aos
gases do que o turbo acrescentava para o aumento de mistura e pressão no motor.
Ainda, apesar de ser fabricado para Intruders de todos os anos, o bocal de encaixe no cabeçote do escapamento era bem diferente do original, de modo que a acoplagem não se dava de modo justo. É provável que isso possa ter contribuído para diminuir ligeiramente a compressão da câmara de combustão, prejudicando o desempenho.
Ainda, apesar de ser fabricado para Intruders de todos os anos, o bocal de encaixe no cabeçote do escapamento era bem diferente do original, de modo que a acoplagem não se dava de modo justo. É provável que isso possa ter contribuído para diminuir ligeiramente a compressão da câmara de combustão, prejudicando o desempenho.
A propósito, encontrei um modo
de descobrir se estou progredindo em fazer o motor 11CV gerar uma Potência de
12,5CV.
A partir do cálculo de
Potência total do motor feito no post anterior, Consumo Turbo, e baseado no cálculo de Cavalos brutos que fiz
também anteriormente em Consumo Turbo,
creio poder obter um valor aproximado, assim:
Se a moto com as configurações
de fábrica tinha uma Potência bruta de 44,41CV, a partir de uma Potência total
de um motor de 15,93CV (11CV puros, ou a Potência real da moto), então 47.07 CV
brutos no modo turbo representariam:
11CV=
15,93CV Total=44,41CVbruto
15,93CV
Total= 47,07CVbruto= ? CV
=
11,65CV puros
Na teoria, ainda preciso
conseguir pelo menos mais 0.85 Cavalos
para atingir meu ideal.
Quando descobri que o
escapamento não fazia parte da equação, fiquei feliz – afinal, era uma coisa a
menos com que me preocupar. No mais, parece que estou pilotando na direção
certa.
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