segunda-feira, 3 de outubro de 2016

O MEU GANHO DE POTÊNCIA

Sistemas como ‘blowers’, SRADS, e compressores de ar de um modo geral, os ‘turbos’ existem exatamente para trabalhar o lado da equação onde temos maior liberdade de ação, ou seja, aumentar a quantidade de ar na mistura, que por si só é responsável pelo sucesso da combustão do motor, já que está na proporção de 14:1 na queima.

É então que vem a importância de um sistema de escape condizente aos gases gerados por um moto superalimentado.

ESCAPAMENTO X SUPERALIMENTAÇÃO

No caso da superalimentação, como há um ingresso maior de mistura na câmara de combustão, segundo as leis da Mecânica, torna-se necessário um escapamento preparado para dar vazão ao volume maior de gases gerado na combustão. É aí que entram os escapamentos esportivos, os quais, desde que na medida certa, farão com que a superalimentação tenha seu efeito perfeitamente aproveitado.

Escapamento esportivo: ele pode aumentar ou diminuir o desempenho.


Uma superalimentação num motor com escapamento deficiente pode não ser capaz de exaurir totalmente os gases quando da abertura da válvula de exaustão, tendo como resultado o ‘sufocamento’ do motor através de uma câmara com resquícios de gases da queima.

Por outro lado, se o escapamento fizer com que os gases sejam expelidos mais rapidamente do que sincronismo da válvula, a câmara perderá compressão, o que por sua vez prejudicará a combustão e daí o desempenho.

Haja vista que instalei um sistema de superalimentação na minha moto, instalei um escapamento ‘esportivo’ com apenas um abafador (o original possui 3), com catalisador (alguns modelos não possuem nem um nem outro). O meu objetivo era saber se a superalimentação estava reclamando uma exaustão à altura, obtendo assim mais acréscimo de desempenho.

A impressão inicial do novo escapamento foi o barulho – afinal, há só um abafador – segundo o vendedor, o nível de ruído está dentro da legislação (85Db), mas ainda assim me pareceu desagradável.

Em seguida, fui para a estrada – a “prova de fogo”. O pior estava por vir.
O que eu esperava não se confirmou: o escapamento não contribuiu para o desempenho. Vejam os resultados em 5ª marcha:

- Subidas – 80-85km/h – 8.000rpm
-Plano-semiplano – 100km/h – 8.500rpm
- Descida – 110 km/h – 10.000 rpm

Comparando com os resultados sem o escapamento, é notável a queda de desempenho. Eu nem precisei fazer a equação simples de potência (kg x 9,81 x m/t(s)) – com o turbo e o escapamento original, consegui percorrer mil metros em 50 segundos, enquanto com o esportivo eu o fiz em 52 segundos (a moto original fazia 53s).

O consumo também aumentou, certamente em decorrência do aumento de giros provocado por um volume maior de combustão sob pressão menor da câmara. Embora não tenha havido variação positiva de desempenho, em cerca de 15 km, a moto consumiu cerca de ½ tanque de combustível.

Nem sempre o escapamento esportivo é sinônimo de mais desempenho.


Quer dizer, o escapamento original, mesmo com seus mecanismos de supressão (catalisador, 3 abafadores), se adaptou bem ao turbo, mantendo a pressão devida.

O escapamento esportivo pode até ser útil, mas não no meu caso. Tudo indica que ele deu uma vazão maior aos gases do que o turbo acrescentava para o aumento de mistura e pressão no motor.

Ainda, apesar de ser fabricado para Intruders de todos os anos, o bocal de encaixe no cabeçote do escapamento era bem diferente do original, de modo que a acoplagem não se dava de modo justo. É provável que isso possa ter contribuído para diminuir ligeiramente a compressão da câmara de combustão, prejudicando o desempenho.

A propósito, encontrei um modo de descobrir se estou progredindo em fazer o motor 11CV gerar uma Potência de 12,5CV.

A partir do cálculo de Potência total do motor feito no post anterior, Consumo Turbo, e baseado no cálculo de Cavalos brutos que fiz também anteriormente em Consumo Turbo, creio poder obter um valor aproximado, assim:

Se a moto com as configurações de fábrica tinha uma Potência bruta de 44,41CV, a partir de uma Potência total de um motor de 15,93CV (11CV puros, ou a Potência real da moto), então 47.07 CV brutos no modo turbo representariam:

11CV= 15,93CV Total=44,41CVbruto
15,93CV Total= 47,07CVbruto= ? CV
= 11,65CV puros

Na teoria, ainda preciso conseguir pelo menos mais 0.85 Cavalos para atingir meu ideal.

Quando descobri que o escapamento não fazia parte da equação, fiquei feliz – afinal, era uma coisa a menos com que me preocupar. No mais, parece que estou pilotando na direção certa.


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