O Sistema Antipoluição Pair
foi introduzido nas motos nacionais em razão da criação do ‘Programa da
Poluição do Ar por Motociclos e Veículos Similares 3’ (PROMOT 3), introduzido
pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente em 2002, tendo em vista reduzir a
emissão de poluentes pelo crescente número da frota de duas rodas no país, principalmente
no ramo de serviços.
Válvula do Pair numa Intruder 125 2007 (círculo amarelo).
Na Intruder 125, o Pair
basicamente faz o ar passar por uma válvula antes de ir para o carburador e
para o motor (sim, o ar é injetado diretamente no bloco), fazendo assim com que
o ar limpo seja misturado diretamente nos gases da queima do motor, diminuindo
assim a percepção do monóxido de carbono na poluição - quer dizer, ele
‘mascara’ a poluição, já que a queima permanece a mesma.
Diagrama de funcionamento do Pair: o ar da caixa de ar é levado diretamente para a câmara de explosão.
Vale observar: Pair e
Catalisador são dois dispositivos distintos, este vai no escapamento e de fato
processa quimicamente o ar de modo a diminuir sua nocividade ao meio-ambiente.
A solução “inteligente” do
Pair para passar pela legislação condenou os donos de Intruders 125 a partir de
2007 – o “encanamento” extra do Pair enfraqueceu o motor, por razões evidentes:
a injeção direta de ar na câmara de combustão interferiu evidentemente na
compressão do motor, levando-o à perda de 1,5 cv.
O QUE É PROMOT 3?
O PROMOT 3 foi a terceira fase
da implantação do programa de controle de poluição, introduzido pela Resolução
nº 297/2002 do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente). A legislação que
fundamenta o PROMOT foi inspirada em leis europeias, com o objetivo de adequar
a tecnologia das motos brasileiras aos padrões de poluição da Europa.
Acontece que a Europa é um
continente com milênios de civilização e cultura, e o padrão de suas motos
evoluíram por mais de um século, enquanto ainda estamos atrelados à falta de
opção de motos japonesas/chinesas.
Em suma, o PROMOT 3 é mais um
controle arbitrário do governo sobre o direito de posse do cidadão. Por mais
que haja motos no Brasil, sua frota nunca poluirá mais do que a frota de carros
e caminhões. Como sempre, o motociclista como lado mais fraco paga a conta,
como já comentei no post YBR CUSTOM E DPVAT.
Somos forçados a comprar motos
mais fracas e mais caras por uma série de burocracia, cálculos fantasiosos, e
peças inúteis.
DESMONTANDO
O que eu mais gosto no Pair é
que, ao mesmo tempo em que é inútil, é fácil de ser removido.
Pair desmontado.
Basta desconectar suas
mangueiras e remover suas porcas normalmente, com o cuidado especial de tampar
o plug da mangueira no coletor do carburador e o buraco no bloco, removendo o
cano metálico do Pair substituindo-o por uma chapa de metal espessa o
suficiente para selar o bloco.
Conexão com o bloco (duas porcas do lado do escapamento): selada com uma chapa metálica feita sob medida e bem apertada.
No coletor do carburador: vedação com uma mangueira de plástico com encaixe justo e uma ponteira de borracha na ponta.
Finalmente, a conexão na caixa de ar pode ser vedada com uma ponteira de borracha. Não é necessária nenhuma regulagem posterior na moto.
Em geral, dizem que a retirada
do Pair acrescenta até 1cv na moto, isso não posso confirmar, de qualquer modo,
a remoção do Pair é uma medida necessária para outras medidas para acréscimo de
potência.
Conexão na caixa do filtro de ar (em vermelho): pode ser fechada com uma ponteira de borracha.
CONSEQUÊNCIAS
No funcionamento da moto,
nenhuma. O pior que pode acontecer é alguma autoridade de trânsito durante uma
blitz o parar e perceber a falta do Pair, e daí o autuar por trafegar emitindo
poluentes acima dos limites, e por alterar as características de fábrica do
veículo. Mas vejamos: primeiramente, ele precisa de um medidor da qualidade do
ar para atestar se a falta do Pair de fato está fora da lei, ainda, ele precisa
ser um perito em motos para saber se a moto daquele modelo já possui o Pair,
etc. De resto, não é nesse tipo de detalhe que vão se fixar, portanto, ter ou
não o Pair não faz diferença. Em nada.
Bons tempos os das Intruders
2004, que apesar do design custom tosco, estavam no auge de seus 12,5 cv...
Para falar a verdade, as boas motos ficaram na década de 60, 70 e 80, 90, quando a mecânica pura era que
dava as cartas e tínhamos outras opções além das limitadas montadoras
sino-japonesas, sem mencionar que a gasolina era pura e o governo passava seu
olho gordo e mau longe das motos.
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