Dizem que na arte nada se cria,
tudo se copia. Isso parece valer também para as motocicletas.
Montadoras se copiam num ciclo
sem fim, especialmente no estilo custom, onde o plágio acaba consagrando
designs que nem sempre são customs legítimos.
Antes eu falei sobre a semelhança
da Intruder 125 com a Honda CM125 de 1982. E navegando pela Internet, por acaso
encontrei o modelo abaixo. É muita semelhança para ser coincidência.
Honda CM 125 1982 - Inspiração para a Intruder? (Fonte: www.archives.classic.motorbikes.net
Brandy FT 125-A 2010. Outra Intruder? (Fonte: fbmmotos.blogspot.com.br)
Já estamos na segunda década do
século XXI e a indústria de motos brasileira ainda está presa num design de
custom discutível da década de 80.
Se o plágio é a ordem do dia, por
que não plageiam a Intruder Marauder 125, que chegou a circular no Brasil em
1998, ou já comentada e global Keeway Superlight, apenas para ficar em dois
exemplos de modelos custom que seguem à risca as linhas do conceito?
A europeia Keeway Superlight 1998 125cc - Custom completa e perfeita (Fonte: www.superlightportugalclube.com)
Suzuky GZ 125 Marauder1998: Uma legítima custom... (Fonte:www.ukmotorcyclenews.com)
A NOVA PROMESSA
Por falar em copiar design, todo
mundo sabe que a montadora brasileira DAFRA não se incomoda em reeditar modelos
de outras marcas.
A sua custom Kansas fez sucesso
com suas linhas genuinamente customizadas, dotada de um motor 150cc, apesar das
reclamações sobre pós-venda e qualidade da fiação e acabamento.
A Kansas 150 foi encerrada em
2015, para dar lugar a uma nova custom 150: a Horizon, que também foi lançada
no ano seguinte na versão 250cc.
Dafra Horizon 150 - A nova representante custom de baixa cilindrada (www.daframotos.com.br)
Na minha opinião, a Horizon 150
foi malsucedida em relação à sua antecessora Kansas, no que diz respeito a
design. Há quem diga que ela foi ‘inspirada’ na Harley-Davidson 883 Sportster
(o próprio nome já mostra a presença de linhas do conceito ‘sport’ na moto).
Harley-Davidson 883 Sportster: Suposta inspiração da Horizon, compromete as linhas custom.
Já a sua irmã ‘musculosa’ 250cc
de alguma forma apresenta uma silhueta mais custom – o que pode ser observado
nas motos de outras marcas no geral: as de baixa cilindrada recebem um design
inferior do que as de alta cilindrada no que diz respeito ao conceito Custom.
Horizon 250 cc: linhas custom mais evidentes (Fonte:www.turismo2rodas.com.br).
Não que a Horizon seja ruim –
muito pelo contrário. Com belíssimo acabamento e várias peças de acessório, a
moto dá a impressão de ter muito requinte para uma baixa cilindrada. O ponto
forte que achei foi a opção de partida à pedal (se eu pudesse, eu a colocaria
na minha Intruder, partida elétrica é bom, mas quando se tem alternativas), e o
carburador mecânico PZ25, o qual parece estar desagradando quem está estreiando
a nova custom ávidos por tecnologia.
Não sei o quanto é possível customizar
a Horizon para deixa-la definitivamente com linhas custom, mas uma coisa eu
sei: é mais fácil do que customizar uma Intruder.
Seja como for, uma vez que o
mercado de motos brasileiro é ingrato para os amantes do estilo, enquanto única
opção de fácil acessibilidade, é uma bela opção. Se boa em termos mecânicos e
elétricos, só o tempo dirá. Com preço variável entre 8.000 – 9.000 reais, por
fim acaba sendo uma oferta convidativa, se consideradas as outras motos 150 do
mercado e tendo em vista seu valor agregado no design.
Eu cheguei a ‘flertar’ com a
Horizon, mas olhando bem para minha Intruder customizada, com linhas seguindo o
estilo a rigor, descartei a ideia de troca. Por 25cc a mais e um design aquém
da minha preferência, resolvi ficar quieto.
A esperança é que alguma
montadora nova surja (Não tenho esperança de um modelo custom 125cc que preste
vindo da Honda, da Yamaha, da Suzuki, da Kasinki, etc.) e traga uma custom de
baixa cilindrada não apenas digna do nome, mas um respeito aos adeptos do
motociclismo deste país que merecem como todo mundo motos bonitas e de
qualidade.
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