Como já escrevi, devido a peculiaridades na adaptação do
VM22 na Intruder 2014, eu não consegui fazer o ‘Macete do Tubo’ para aumentar a
admissão de ar no carburador. Foi então que eu vi na oficina a caixa de ar de
uma Intruder 250 2001 exposta: ao contrário das motos atuais de várias marcas,
que tem uma tampa com um furo no centro e um tubo que se projeta para dentro do
filtro de ar (o ‘funil’), a tampa da caixa de ar daquela moto tem a forma de um
caracol, ou uma buzina de carro antiga, de modo que o ar entra pela ‘boca’ larga
do caracol e vai diretamente para o filtro de ar.
Coletor de ar da Intruder 250 2001: Formato de "caracol".
O ar admitido (na parte de trás) vai direto para o filtro de ar.
Aquela peça me inspirou a tentar algo parecido na minha
Intruder. Eu medi a largura do ‘caracol’, que tinha 3 cm na 250, o equivalente
a 2 cm na tampa da 125. Como notei que a demanda de ar de uma 125 é menor do
que a de uma 250, ignorei esse 1 cm de diferença.
Eu não queria sair atrás de uma peça tão antiga numa cidade
onde mal se encontra peças de linha, então resolvi remover a tampa original com
furo/ tubo, desparafusei a carcaça do filtro de ar e a girei em sentido
anti-horário, de modo que uma fresta que há no encaixe, de cerca de 10 cm de
comprimento por 2 cm de largura, ficasse voltada para frente, e não para trás,
conforme sua posição original (o ‘caracol’ da 250 também era voltado para trás,
eu nunca consegui entender essa lógica, já que a moto se desloca contra o
vento, então a admissão de ar deveria ficar voltada para frente, para captar o
ar com mais facilidade e volume), e fiz uma nova tampa simples de plástico, sem
furos, vedando suas falhas junto à caixa de ar com silicone.
Coletor de ar ou tampa do filtro de ar ('funil') da Intruder 125.
filtro de ar Intruder 125 e sua carcaça: desparafusados e girados em sentido antihorário, posicionando a fresta (acima à esquerda) na direção das frestas da tampa da caixa de ar (abaixo).
Nova tampa de plástico...
Simulando o coletor da Intruder 250: o ar entra direto para o filtro de ar.
Antes de montar a
tampa, aumentei mais algumas frestas, já que o acesso ao filtro de ar estava
voltado na posição de cerca de 60° para cima (esta entrada não estar voltada
diretamente para frente tem uma explicação: a água, que poderia entrar mais
facilmente por baixo na chuva, por exemplo).
As frestas permitem o ar que se desloca contra a moto em seu movimento sejam levados diretamente para o coletor de ar e o filtro de ar.
Funcionei a moto e tive uma surpresa: o ronco do motor, para
começar, ficou digno de uma custom, mesmo de baixa cilindrada, aquele som puro
de motor trabalhando, bem diferente, contudo, do barulho quando se tira o miolo
do escapamento, por exemplo.
Mas o melhor veio quando pilotei a moto: como eu havia dito
que houve perda de arrancada e de torque, parece que tudo foi recuperado com o
aumento de fôlego da moto.
É comum pessoas simplesmente remover a tampa da caixa de ar,
a tampa do filtro de ar, ou mesmo este, visando aumentar a admissão de ar no
carburador. São medidas um tanto drásticas, eu penso, principalmente a remoção
do filtro de ar, o que representa um risco real de prejudicar o motor.
Seja como for, eu quero quantificar o quanto essas mudanças
vão traduzir em benefício, no meu caso, tornar a moto mais adequada às
exigências de uma rodovia, sem abrir mão do consumo, que eu espero ficar em
níveis razoáveis. Em breve poderei dar a todos essas informações.
Nenhum comentário:
Postar um comentário