terça-feira, 16 de agosto de 2016

MUDANÇAS DRÁSTICAS NA INTRUDER

 Eu posso ser considerado conservador, ou antiquado, como podem preferir alguns. Mas penso como o Don do filme Velozes e Furiosos, eu prefiro um Charger a uma Masserati high-tec de última geração. A experiência e a necessidade mostram o porquê.

A tecnologia é a mesma coisa de alguém segurar uma escada para você subir no teclado, e um vez lá, essa pessoa remove a escada e vai embora, e você fica à própria sorte. Eu odeio a ideia de usar algo que eu não possa consertar pelo menos no nível básico, e atualmente o que nos tem sido dado pelas fábricas é isso: caixas de segredos para as quais você não tem a chave.

Eu tive uma Titan 150 KS 2006 na qual eu precisei gastar quase o seu preço usada devido a um problema de fábrica na parte elétrica, a qual tive que substituir totalmente. Foi então que eu tive a certeza do que já suspeitava: as fábricas de hoje, ou talvez de sempre, quase nunca estão totalmente certas.

Então trago essas conclusões para o meu projeto de aprimorar minha Intruder 125, juntamente com a lembrança da façanha de Burt Munro, o motociclista Neo-zelandês que fez sua moto Indian de 1920 de 1.000cc atingir 320 km/h em 1967, recorde que até hoje não foi quebrado (quem quiser conhecer o esforço de Munro lapidando sua motocicleta numa oficina de garagem, assista o filme “Desafiando os Limites”). O meu projeto não visa fazer uma Intruder atingir 320, mas espero fazê-la sustentar 110 km/h numa estrada não importa o relevo da pista. Se Munro tirou tanto de uma moto sucateada, porque eu não poderia tirar uma marca razoável de uma moto nova, com muito mais recursos e informações à mão?

o neo-zelandês Burt Munro e sua Indian 1920: 320 km/h (fonte:blogs.estadao.com.br)

Alguém pode perguntar: por que você não compra uma 150cc ou 300cc? Seria fácil demais. Imaginem uma biga, aquela carruagem de duas rodas dos romanos puxadas por dois cavalos, sendo puxadas por 12 cavalos. Sim, na prática seria isso: uma moto de 12 cv puxando o peso de uma pessoa mais o corpo da moto em si, para mim parece uma relação de potência mais do que o suficiente para fazer a moto atingir a velocidade desejada.

CARBURAÇÃO

Não adianta uma pessoa ter músculos desenvolvidos e ter vias respiratórias obstruídas ou pulmões doentes (com essas condições, dificilmente ela chegaria a demonstrar alguma força física). Da mesma forma que o corpo humano precisa da respiração para que seus músculos esqueléticos tenham bom desempenho numa corrida, uma motocicleta precisa ter seu sistema respiratório ajustado para o rendimento pretendido.

Eu vejo na internet kits para fazer a Intruder se transformar numa 150, 160 ou mesmo 200. Assim como vejo quem diz que instalou na moto um carburador de Titan 150. Seja como for, não adianta aumentar o diâmetro e o curso do pistão sendo que a mistura de ar e combustível continuará sendo a de uma 125cc, ou aumentar o diâmetro do tubo do carburador para um bloco de capacidade inferior, adicionar um carburador mais potente para o mesmo motor só vai fazer com que a gasolina “queime crua”, em nada aumentando a potência.

Fazendo uma analogia, Peguemos o famoso Dodge Charger do filme “Velozes e Furiosos”, o qual, como tantos outros automóveis norte-americanos como o Ford Mustang (antigo) e o Plymouth Barracuda, possuem motores com 8 cilindros, e pelo menos 3.000cc, e tantos cavalos quanto um trator. Não raro, são instalados nesses carros turbinas para aumentar a respiração do motor, de vários modelos, sendo as mais conhecidas os modelos que apresentam polias e entradas de ar fora do capô, como as “Quadrijets”. Pois bem. Esses carros comportam esse acréscimo de respiração porque por si só já apresentam estrutura e um ponto de demanda extra em que se é possível explorar a capacidade do motor além de suas configurações de fábrica.

Um motor "envenenado" com uma turbina Quadrijet (fonte:gearheadbanger.com)

Não pode ser jamais o caso da Intruder. Ela precisa ser trabalhada dentro dos limites que seu bloco comporta, já que sua alteração está fora de questão.  Todo veículo pode ter seus limites explorados, desde que sua configuração original não seja alterada além do equilíbrio que faz o conjunto trabalhar com harmonia, segurança e eficiência.

Resumindo: Faça mudanças, mas não faça burrice.

Como eu já dissertei o suficiente sobre o carburador atual da Intruder, o Mikuni BS25, vou falar agora sobre a minha escolha de um novo carburador: o Mikuni VM 22, nada menos o que equipou as Intruders até 2010.

Este carburador pertence à geração de Intruders que ainda possuíam 12,5 cavalos, e isso foi o principal motivo que pesou na minha decisão, juntamente com o fato de ele ser inteiramente mecânico, pelas razões que já comentei amplamente.

O BS25 veio como uma resposta ao PROMOT3 e para tornar o motor mais econômico, segundo disseram,  o que eu acho discutível: A minha moto, de 2014, não faz mais do que 30 Km/h. Eu tive uma Yamaha YBR 2004 que chegou a fazer 40 km/h na cidade. Mais um furo n’água da fabricante, e mais um insulto ao consumidor, que acaba enganado no preço (a moto encareceu cerca de R$2.000,00 neste período) e na mercadoria (a moto veio com motor mais fraco).

A Consideração final que faço sobre o Mikuni BS25 é o fato de ele usar o sistema à vácuo. Num mundo cercado de ar, ter um mecanismo que depende de sua ausência para operar se torna uma séria fraqueza. Eu sempre me lembro de um Chevrolet Kadett que tive e sempre me deixava sem freio por causa de uma peça chamada “Hidrovácuo”, o sucessor do freio a cabo antigo. Ele também operava a vácuo, de modo que sempre que uma película que o revestia e selava sua câmara fosse danificada, ele travava o sistema de freio.

De resto, considero uma redundância, uma desculpa para encarecer as motos, haja visto que o carburador por si mesmo já trabalha à vácuo: quando a combustão inicia, a exaustão e o movimento do pistão geram uma pressão negativa que “chupa” a mistura do carburador, o que este faz é apenas promover a mistura de ar/ gasolina e conduzí-la ao motor.

Então este foi meu primeiro passo: fazer a nova Intruder trabalhar como suas irmãs da velha guarda, voltando para seu antigo carburador.

2 comentários:

  1. Instalei um carburador da cg antigo aquele que tem o injetor (com eco) to agora tentando equalizar o gigle de alta ideal ja que o carburador veio com um 118.no momento estou usando um gigle de 92 mas ainda vou testar com o 90 a moto ta boa mas não consegui chegar nesse 110 e instalei um kit de 150cc

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  2. Instalei um carburador da cg antigo aquele que tem o injetor (com eco) to agora tentando equalizar o gigle de alta ideal ja que o carburador veio com um 118.no momento estou usando um gigle de 92 mas ainda vou testar com o 90 a moto ta boa mas não consegui chegar nesse 110 e instalei um kit de 150cc

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